Derrida Explica




DERRIDA EXPLICA


A caminho do Fundão: já preparando a volta ao Campus da UFRJ na segunda feira, e em plena releitura de Dom Casmurro, do Machado, surge Derrida, muito em função da resenha de hoje no Prosa, do Globo. Para o filósofo, o desejo do leitor de compreender e de dominar definitivamente o texto é em vão. O texto, justamente, é incontrolável e rebelde a qualquer servidão. É nessa fricção do vai-e-vem que a leitura se faz. Ao falar de desconstrução, Derrida não se refere a uma busca de... coerência - como a intenção do autor -, ao contrário, é a ausência de uma coerência que vem apontada. Não há explicações no texto escrito ( e na fala), antes pura exposição e questionamento de hierarquias e de oposições. A desconstrução desnuda o texto, joga-o contra si próprio, mostra suas contradições e sua inconsequência. Sentidos constroem-se e se desconstroem sem cessar durante a leitura. A coerência e a unidade de sentido, fruto da liberdade do sujeito proprietário desse sentido e da proposta a realizar, tão caras à hermenêutica, caem por terra. A soberania do sujeito dono do signo,de si próprio e de sua relação coerente com o mundo vem questionada. Sentidos plurais não dominados, já escrevera Barthes. Li hoje também que houve uma crescimento de 26,5% na venda de carros novos em relação a novembro, um record mundial que quase anula a queda da venda anual nessa área. Ainda que seja um modelo de desenvolvimento poluente e em processo de falência no mundo; que tenha sido por conta do último mês de IPI reduzido; que acarretará mais engarrafamentos ( a ida para o Fundão é dramática); que o desmatamento assassino na Amazônia continue ( et por cause) e outras mazelas mais que não cabem aqui elencar, vejo como um indício positivo na economia. Não entendi porque teve tão pouco destaque. Acho que o Derrida e o Machado saberiam explicar.


COMENTÁRIOS DA PROFª VERA DIAS


Falar sobre Jacques Derrida é me lembrar de uma antiga paixão que tive por meu professor de Filosofia do Curso de Pós-graduação em Letras que cursei em 2004 na UERJ. Foi esse professor que me ensinou quase tudo que sei sobre as teorias desse filósofo francês. E, estranha coincidência, Derrida faleceu a 9 de outubro de 2004 em Paris, na França exatamente um mês depois que comecei a estudar e me apaixonar por ele e pelo meu professor. O namoro com meu professor terminou, restou uma bela amizade,  mas a paixão por Derrida continuou e continua até hoje.
Posso dizer que tenho livros, recortes de jornais, filmes e muito material digno de fazer inveja a qualquer pesquisador. Alguns desses materiais estou colocando abaixo à disposição para alunos e Godofredo e meus próprios ex-alunos que hoje são doutorando poderem usufruir e enriquecerem suas teses.
      Além disso, Godofredo foi fortemente influenciado pelos conselhos que Derrida lhe deu. Ele mesmo, numa postagem e sua página do escritor, datada de 20 de junho de 2014, assim escreveu junto à imagem da carta  :

O começo de tudo: trecho da carta de Jacques Derrida sobre o romance experimental " Faina de Jurema". Derrida colaborou pessoalmente na arquitetura do livro. Daí a " citada "complicité" , da segunda linha.
A " COMPLICITE", de que fala Derrida, foram os seus conselhos pessoais para finalizar FAINA DE JUREMA.


Boa Pesquisa a todos !








Derrida em 90 Minutos :- Livro de Paul Strathern





Coleção de Livros de Jacques Derrida



Reportagem publicada no Jornal O GLOBO, dia 08/10/2005 (clique na imagem  para ampliar e ler).




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