Cruz e Sousa
Os lábios dos flamboyants do Campus da UFRJ estão atiçados este ano por um vermelho particularmente vivo e empurram a gente para aquele ponto cego da consciência onde se batem, em duelo mortal, a razão e as emoções. Ali viceja a arte. Foi pensando no nosso Cruz e Sousa, no 2013 algo demente que se vai, na loucura e no papel da literatura nos ajustes da sociedade que rocei aquelas flores. "O luar dava-me a impressão difusa e dormente de um estagnado lago sulfurescente, onde eu e ela, abraçados na suprema loucura, ela na loucura do Real, eu na loucura do Sonho, fôssemos boiando, sem rumos imaginados....." Os versos do poeta que lutou até o fim contra a discriminação e o preconceito apontam para o papel a ser desempenhado pelo artista? Há quem faça uma analogia entre o estilo pessoal do escritor e a gramática pessoal do sonhador. Mas a diferença de estilo acontece no interior de uma escritura já estabelecida e conhecida pelo narrador e pelo leitor. Já o sonho, que não tem como objetivo a comunicação, tem sintaxe própria. " E a loucura rezava e soluçava baixinho rezas bárbaras", continua o simbolista. Flores e versos atiçam o emocional, talvez seja pelo menos esse o papel revolucionário do artista e dos flamboyants.
Postado em 21/12/2013
Postado em 21/12/2013
Para saber mais sobre Cruz e Sousa e seus versos leiam o livro de Godofredo :
e acessem o link :
Cruz Sousa : O Poeta Emparedado
E assistam a uma entrevista de Godofredo sobre essa obra :
Cruz Sousa : O Poeta Emparedado
E assistam a uma entrevista de Godofredo sobre essa obra :